BENS DE CAPITAL: ALTA DAS IMPORTAÇÕES PRESSIONA O RESULTADO DO SEGMENTO NO ANO

BENS DE CAPITAL: ALTA DAS IMPORTAÇÕES PRESSIONA O RESULTADO DO SEGMENTO NO ANO

Com o aumento da participação de importados no consumo aparente de bens de capital mecânicos, o setor deve fechar o ano com queda do faturamento, ainda que a produção física tenha crescido nos últimos meses. Este descompasso é explicado pela redução das margens, a qual os fabricantes se viram obrigados a praticar, afirma a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

“Os fabricantes não puderam repassar o índice de inflação para os preços devido à concorrência acirrada com importados”, afirmou nesta quarta-feira o diretor secretário da Abimaq, Carlos Pastoriza. Segundo a entidade, o balanço da produção no acumulado do ano mostra uma tendência de alta em torno de 5% em relação a 2012, porém, no mesmo período, o faturamento do setor caiu 5%, para cerca de R$ 66 bilhões. A projeção da Abimaq é que a indústria de máquinas feche 2013 com uma queda entre 4% e 5% em relação ao ano passado, que já foi um ano difícil.

Pastoriza destaca que o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para bens de capital, o PSI Finame, evitou uma queda ainda maior do faturamento em 2013. “O PSI foi o oxigênio que manteve os fabricantes de máquinas neste ano”, diz. Para 2014, a entidade espera que o governo mantenha as condições especiais do financiamento para que o ano seja melhor que 2013.

A Abimaq destaca ainda que o fator cambial pode auxiliar um pouco mais o setor, principalmente no curto prazo. De acordo com Pastoriza, o dólar “ideal” gira em torno de R$ 2,60. “Este valor poderia dar algum fôlego aos nossos associados”, afirma o diretor.

De janeiro a outubro, o consumo aparente de máquinas totalizou R$ 102,4 bilhões, aumento de 6,9% em relação a igual período de 2012. Já as exportações caíram 11,9% na mesma base de comparação, para US$ 10,1 bilhões. E como as importações totalizaram US$ 27,2 bilhões no acumulado do ano, o que significa um avanço de 6,9%, o déficit comercial do setor apresentou expansão de 22,3% de janeiro a outubro, para US$ 17,133 bilhões.

Ainda de acordo com a Abimaq, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) do setor tem se mantido a uma média em torno de 75,1%, desempenho bem abaixo do desejado.

(Fonte: Diário do Comércio e Indústria)